O Pé de Vento é a companhia com a qual mais trabalhei ao longo da minha carreira. 

Por: Rui Spranger*

 

 

Mas, no teatro, também trabalhei com o T.E.P., a Seiva Trupe, a ASSÉDIO, o Teatro do Noroeste/Centro Dramático de Viana, o T.I.P.A.R., Artenão-Motivo Teatro, Apuro Teatro, as francesas Cie Et des clous e Vivacte e a italiana Assemblea Teatro.

Esta nota sobre o meu trajeto, serve apenas para reforçar o que a seguir vou dizer sobre o que mais admiro e considero como marcas distintivas do Pé de Vento e do seu trabalho continuado no Teatro da Vilarinha.

1 O facto de ser uma companhia de criação em todas as suas vertentes. Ou seja, além das áreas mais tradicionais como a encenação, iluminação, cenografia e figurinos, acrescenta-se a música, com compositores a criarem os ambientes sonoros específicos para cada espectáculo e, a encomenda de textos inéditos a autores.

2 A equipa criativa ser quase sempre a mesma, o que permite um diálogo aprofundado sobre a construção e aperfeiçoamento dos espectáculos.

3 Graças ao facto do Teatro da Vilarinha dispor de uma oficina, dum ateliê de figurinos e do equipamento técnico necessário, permite que a construção dos cenários, figurinos, adereços e iluminação aconteça em diálogo permanente com os ensaios e haja assim um crescimento acompanhado, em todas as suas vertentes, do espectáculo.

4 Nos acolhimentos realizados no Teatro da Vilarinha, o Pé de Vento recebeu sempre todos os eventos com uma enorme simpatia e profissionalismo, colocando sempre à disposição todos os meios que possui, não distinguindo entre, profissionais e amadores, estruturas de bairro ou de cidade, nacionais ou estrangeiros, teatro, dança ou música, etc.

Acrescento ainda que editou alguns dos textos inéditos levados a cena e que hoje fazem parte do Plano Nacional de Leitura.

Tive o privilégio de fazer metade do caminho do Pé de Vento, o que corresponde à sua permanência no Teatro da Vilarinha e só posso dizer Parabéns e,

Que Orgulho!

 

* Rui Spranger integrou a equipa do Pé de Vento entre 1997 e 2017 – 20 anos

 

Post Scriptum

Quando em Janeiro de 2018 decidi interromper a minha colaboração com a companhia, fiz o balanço. Deu o seguinte:

Como actor – 37 criações. Cada uma com uma carreira em palco de, no mínimo, 30 representações, sendo: 

– 20 espectáculos em estreia absoluta; 1 em substituição de elenco; 16 novas versões e/ou reposições de repertório.

Como encenador – 2 criações, em estreia absoluta, com carreira prolongada em palco.


Como programador – Mentor do projeto “Circunvalação à Noite” onde organizei e programei 12 concertos, em 4 ciclos temáticos, com a participação de 13 formações musicais distintas.


Acolhimento no Teatro da Vilarinha – 2 espectáculos com encenação minha, e ainda 1 produção como actor.


O resultado do balanço de uma relação de 20 belos anos em que colaborei com a companhia Pé de Vento atinge as 54 produções sem contar com os recitais de poesia e a participação como diseur em diversas apresentações de livros.