Integrado na homenagem ao poeta e dramaturgo Manuel António Pina, Pé de Vento apresenta o espectáculo O Pássaro da Cabeça na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no seguinte horário:

Agosto / dia 27 – 17 horas 
Setembro / dias 3 e 10 – 17 horas

Com O Pássaro da Cabeça encerramos um largo ciclo de representações, iniciado em 1978, com textos de Manuel António Pina

Ao longo de décadas, e em estreita parceria com o Autor, fomos construindo um projecto teatral singular, tendo por base as suas incomparáveis criações literárias. A inesgotável capacidade inventiva do poeta tornou também possível que o Pé de Vento encontrasse uma linguagem teatral diversa, capaz de corresponder, em cada espetáculo levado à cena, aos desafios da sua imaginação.

Este conjunto de textos foi posto à nossa disposição por Manuel António Pina na altura em que os escreveu. Só que, por alinhamento de programação, não foi possível levá-los à cena nessa altura. E agora, decidimos agregar excertos de outras peças, tais como “A Cabeça no Ar” e “Nada na Cabeça”, ao núcleo aglutinador dos textos publicados sob o título “O Pássaro da Cabeça”.

No espectáculo fomos ao encontro da primeira personagem concebida por Manuel António Pina, e que marcou uma viragem no teatro para os mais jovens – o Ventolão em diálogo com os seus pensamentos contraditórios. Aqui vamos vê-lo transportado para um novo contexto e um novo tempo, com o mesmo humor inconformista. Ao constatarmos que estas peças conservam o poder da surpresa e uma impressionante atualidade, somos levados a lembrar – ainda com maior nostalgia – a época em que percorremos o país de lés-a-lés, na companhia do Ventolão… 

Com o Ventolão aprendemos o prazer de brincar com as palavras, atentando nos sons, nas sílabas, nas imagens que fazem da linguagem comum um texto intrinsecamente poético. Foi essa aprendizagem que nos ajudou a construir este Pé de Vento, livre e insubmisso, como os seus pensamentos…

 João Luiz

Ficha Técnica

Texto Manuel António Pina // Encenação João Luiz // Dramaturgia Maria João Reynaud // Espaço cénico João Luiz // Música Tilike Coelho // Figurino Susanne Rösler // Design gráfico Pedro Pires // Interpretação Anabela Nóbrega // Construção Nuno Brandão // Montagem Rui Azevedo // Divulgação Joana Gonçalves

 

 

Havia uma flor!

Nem eu sabia

onde é que a flor havia

mas tanto fazia.

Nem a flor sabia

que existia.

Em qualquer sítio, sem saber, floria…

Manuel António Pina