Cooperativa Árvore
Pé de Vento iniciou a sua atividade em 1977, na Cooperativa Árvore (Porto), integrando a estrutura desta instituição artística como Secção de Animação Teatral. Antes de partir para um longo exílio na Bélgica em meados da década de sessenta, João Luiz tinha colaborado em diversas iniciativas culturais promovidas pela Árvore quando da sua fundação, em 1963.
O lançamento do Grupo teve lugar em 1977, com o programa musical Sem Concerto Sem. A programação quinzenal abrangia dois tipos de concertos – Música Improvisada e Panorama da Música Eletroacústica –, que se realizaram regularmente até Maio de 1978, ainda antes da estreia pública do Pé de Vento já como Companhia Profissional de Teatro,
Seguiu-se, no mês de Junho de 1978, a inauguração da primeira Exposição de Brinquedos de Madeira na Galeria da Árvore, que ficou patente até ao final do mês de Julho.
Finalmente, no dia 22 de Julho desse mesmo ano de 1978, a Companhia estreou o espetáculo Ventolão, o maior intelectual do mundo, com um original de Manuel António Pina, o primeiro da espantosa série de textos que ele escreveu para o Pé de Vento, e cuja encenação esteve a cargo de João Luiz. A partir dessa estreia, os espetáculos foram realizados regularmente aos fins de semana, tendo como centro de trabalho a Cooperativa Árvore: de manhã, para população local; e à tarde para o público em geral. Paralelamente foram apresentados espetáculos em regime de itinerância, tanto no Porto como na sua área distrital.
Entretanto, em resultado da candidatura apresentada à Direcção-Geral de Espectáculos, o Pé de Vento recebeu o primeiro financiamento anual, que passou a ser regular nos anos seguintes. A necessidade de se constituir como figura jurídica autónoma e de encontrar instalações adequadas às novas exigências de trabalho fizeram com que, no início de 1979, o Grupo se tenha mudado para o edifício ocupado pela Comissão de Moradores da Vitória, situado na Rua das Virtudes, um pouco mais adiante da Cooperativa Árvore – o antigo “Clube dos Ingleses”, ocupado no pós 25 de Abril –, onde a Comissão de Moradores tinha organizado vários serviços sociais, nomeadamente um infantário e um ATL.