Um Problema
(muito) Enorme
de Álvaro Magalhães
Ao levarmos à cena Um Problema (muito) Enorme, de Álvaro Magalhães, completa-se o díptico em torno de A Mata dos Medos que o Pé de Vento se propôs realizar. O primeiro espetáculo, intitulado O Lugar Desconhecido e concebido a partir do conto com o mesmo título, foi estreado em 2015.
Num cenário de solidariedade universal, as personagens desta história apresentam-se como seres ingénuos, ainda não “corrompidos” pelos códigos normativos de uma sociedade violenta, repressiva e desigual.
Se o lugar desconhecido é o sítio onde se encontra o Amor (“seja lá isso o que for”), em um problema muito enorme estamos perante a questão da morte (“o que é morrer?”), uma situação até agora desconhecida para aqueles pequenos seres comunitários. Uma interrogação que, de certo modo, vai continuar a escapar à sua compreensão, uma vez que a Coruja, símbolo de uma inquietante ameaça, volta a aparecer.
Confrontados com o desconhecido – com algo que não conseguem apreender – e atravessados pelos medos que, necessariamente, lhe estão associados, aquela comunidade de pequenos animais aceita o desenrolar da vida tal como ela se lhes apresenta, acabando por encontrar na própria natureza a resposta que melhor se adapta às suas inquietações. O espaço-tempo torna-se, assim, a metáfora do desconhecido:
“Desta vez, vou ao Fim do Mundo – disse o Caracol. É longe e tenho de ir andando.
– O mundo não tem fim. Chega-se lá e continua – disse o Ouriço. Pelo menos foi o que ouvi dizer.
– Melhor ainda
João Luiz
Um Problema (muito) Enorme ficha técnica
Dramaturgia e Encenação João Luiz >> Espaço cénico João Luiz / Rui Azevedo / Susanne Rösler >> Música Pedro Junqueira Maia >> Figurino Susanne Rösler >> Ilustração e Design Gráfico Pedro Pires >> Interpretação Anabela Nóbrega >> Construção Rui Azevedo >> Difusão Joana Gonçalves >> Assessoria de imprensa Sónia Rodrigues
Público alvo – M/6 anos – todo o público
Duração – 55 minutos
Dois Pés sozinhos
para tantos países, tantos caminhos,
dois sábios, dois guerreiros, dois companheiros,
para saber, para vencer, para conviver com o mundo inteiro!
Manuel António Pina