EXPOSIÇÃO DE BRINQUEDOS ANTIGOS

Núcleo Rural do Parque da Cidade

2003 – 30 de Maio/11 de Junho

2003 B.A. 2

EXPOSIÇÃO DE BRINQUEDOS ANTIGOS nos 25 ANOS do Pé de vento

Foi em Junho de 1978 que pela primeira vez Pé de Vento realizou uma apresentação de Brinquedos de Madeira na Cooperativa Árvore tendo contado com a colaboração do Museu de Etnografia e História através do seu Director Arquitecto Fernando Lanhas.

A esse núcleo inicial de brinquedos de madeira vieram juntar-se ao longo dos anos muitos outros, não só de madeira mas também brinquedos tradicionais de folha.

 

 

Não se trata efectivamente de uma exposição, no sentido mais estrito e limitativo do termo, mas de tornar possível a misteriosa comunicação dos que a visitam – pequenos ou grandes – com a essência de cada objecto, com a realidade que ele prefigura ou simboliza.

De madeira ou folha, o brinquedo é um objecto mágico: brinquedo de feira para os meninos ricos, brinquedo de festa para os meninos pobres. Brinquedo quantas vezes feito por meninos de aldeias perdidas no tempo, perdidas no espaço. Brinquedo mágico da infância longínqua dos grandes.

A apresentação do brinquedo de madeira e de folha é uma iniciativa essencialmente dirigida à inspiração, à criatividade, à curiosidade natural da criança, faculdades tantas vezes inibidas por uma educação repressiva, pela imposição de mitos, valores e padrões de comportamento do mundo dos adultos.

Da tensão entre o jogo e o desejo se gerou este percurso que é pôr e dispor ou, se se preferir, a projecção de uma linguagem mágica num espaço vazio: a semelhança das formas; a ilusão do movimento; a harmonização das cores; a fragilidade e o equilíbrio; a fascinação dos pequenos; a infância perdida dos grandes.

Quisemos propor uma leitura-percurso: uma das muitas possíveis. Entre o mais ingénuo artesanato e o mais sofisticado, entre as peças de fabrico em série e as peças únicas, há, todavia, uma coerência para além da própria substância utilizada: a dimensão lúdica do ato de criação, a projecção do criador no mundo da invenção, sem que se esqueça que ver é também inventar.