Kathanika – de volta à Índia

 

 

 

 

 

 

Kathanika – de volta à Índia

 

Kathanika…

A figura do contador de histórias, que com a sua presença em palco nos tem acompanhado em mais de uma das criações levadas à cena nos últimos anos, volta a estar presente neste espectáculo.

Desta vez, fomos até ao continente Indiano buscar alguns contos tradicionais. Assim nasceu Kathanika, que em sânscrito também significa contador de histórias. 

Do manancial de contos tradicionais existente, com traduções acessíveis, a escolha recaiu num pequeno conjunto de textos que nos permitiu criar um percurso que, simbolicamente, atravessa várias regiões da Índia, ao mesmo tempo que o nosso “contador/kathanika” passa, também ele, por formas de música e movimento características de várias geografias do continente indiano.

A nossa “Contadora de Histórias / Kathanika” é a actriz Anabela Nóbrega, que empreenderá uma maravilhosa viagem, não só através dos contos, mas também da magia das danças e das sonoridades da música indiana. Utilizando a sua formação em dança clássica indiana, orientada pela Formadora Kajal Ratanji, a actriz, que é também a autora das coreografias, transforma a sua interpretação num acto encantatório, ao operar uma conjunção das duas linguagens corporais, de modo a que a palavra surja do interior do movimento que é específico da música indiana.

O espaço cénico do espectáculo – Kathanica, de volta à Índia – leva-nos até um pátio, que se configura como um espaço “entre”. Entre a casa, espaço interior, e a rua, espaço iminentemente público. Um lugar de troca, onde se pode receber e também oferecer. Lugar onde o nosso “contador de histórias” se instala, esperando por todos aqueles que procuram o encontro, a surpresa e a cumplicidade com o Outro. E o melhor que ele tem para oferecer a cada espectador…

João Luiz



 
 
 
A guisa de crítica. José Caldas.

KATHANIKA – de volta à Índia

Prosseguindo a sua viagem com o contador de histórias o Pé de Vento “de volta à índia” arranca dos contos populares indianos as pedras mais preciosas. Falamos de preciosidades que são os contos escolhidos para este trabalho (…)

As vezes intrigantes, outras vezes com uma sabedoria desconcertante, outras desafiadoras as palavras gostam de jogar com o espectador – jogo prazeiroso e interpelativo a colocar questões ao nosso mundo e ao nosso viver.

E a dança é o corpo encantatório que nos seduz para esta louvação à existência, ao erotismo, e ao pensamento. A actriz Anabela Nóbrega fala com o corpo e dança com as palavras, numa comunhão perfeita entre o teatro e a dança, mas dança tradicional indiana religiosa e profana. Um teatro dançado, poderíamos chamar. Cada movimento, cada gesto facial agudiza a percepção do espectador para pensar e dançar com suas emoções num baile de trocas invisíveis a olho nu. Espectáculo com vários níveis de leitura que um público diversificado pode ler a vontade, porque os casamentos entre os  vários sentidos e os variados sons oferecem a sua festa. (…)

Espectáculo de uma simplicidade requintada a partir da cenografia essencial onde o som do escorrer da água estabelece um clima de paz e interioridade em contraste com a música  e seus malabarismos de percussão e voz.

Um momento de meditação, movimento interior e apelo à sabedoria mais profunda.

 

KATHANIKA – de volta à Índia ficha técnica


Escolha de textos e encenação João Luiz >> Dramaturgia Maria João Reynaud >>
Coreografia e interpretação Anabela Nóbrega >> Espaço cénico João Luiz > Rui Azevedo >>
Figurino Susanne Rösler >> Sonoplastia Pedro Junqueira Maia >>
Consultora de Movimento Kajal Ratanji >> Ilustração e Design Pedro Pires >>
Montagem e Iluminação Rui Azevedo >> Difusão Joana Gonçalves

 

M/4 >> duração: 55 minutos